Embora muito incidente, é importante entender os sinais de TDAH para não confundir com outras coisas
Nos últimos anos, tópicos relacionados à saúde mental estão sendo mais discutidos e falados pela sociedade, isso traz mais conscientização para tópicos importantes que devem ser sempre lembrados. Depressão, ansiedade, bipolaridade e TOC são algumas das questões que são sempre lembradas, mas um dos mais comuns é o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), mais conhecido como déficit de atenção.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!O transtorno é bastante comum, aparecendo geralmente na infância, incide em cerca de 8% da população mundial, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção. No entanto, o caso pode, muitas vezes, ser confundido com outros transtornos, como a ansiedade ou apenas uma desatenção.
Por isso, é importante estar atento para os sinais e as causas do TDAH, como explica a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP. “O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Em geral, o TDAH começa na infância e pode persistir na vida adulta. Pode contribuir para baixa autoestima, relacionamentos problemáticos e dificuldade na escola ou no trabalho”, explica.
Abaixo, a psicóloga fala mais sobre o TDAH e explica os sinais de quem tem déficit de atenção. Confira:
1. Não se auto diagnostique: é importante entender que Déficit de Atenção é um transtorno com uma série de sintomas que podem ser confundidos com outras situações, logo, o diagnóstico deve ser feito sempre por um especialista, que vai saber entender e lidar melhor com TDAH. “O diagnóstico do TDAH é clínico, realizado por meio de avaliações médicas e psicológicas. Dessa forma, envolve uma equipe multidisciplinar que, em conjunto com os pais da criança, encontram coerência entre os comportamentos e os sintomas do transtorno”, aconselha.
2. Fique atento aos sinais: não apenas a pessoa que acredita estar com TDAH, mas toda sua família deve notar as possíveis indicações do Déficit de Atenção. “Dentre os principais sintomas estão: falta de foco e atenção, tédio, procrastinação, dificuldade em manter rotinas, esquecimentos, repetição de erros, entre outros. Tudo isso pode prejudicar, por isso, a importância de ser diagnosticado e fazer o tratamento de forma adequada. Com medicação e psicoterapia fica mais fácil superar as dificuldades”, mostra.
3. Busque o tratamento: embora não haja uma cura para TDAH, existem tratamentos que podem mitigar seus sintomas. “TDAH não tem cura, pois é algo que faz parte da pessoa e que acompanhará por toda a vida. Contudo, não quer dizer que ela terá prejuízos permanentes. Isto significa que, mesmo não tendo cura, o TDAH é um transtorno que pode ser bem manejado. Neste sentido, escolhendo tratamentos que tragam efeitos de longo prazo, é possível ter excelente qualidade de vida”, diz..
Além disso, o tratamento é feito com medicação e psicoterapia. “O psicólogo vai utilizar estratégias de organização de atividades diárias, de conscientização do próprio comportamento, de autoavaliação, de autocontrole, de auto instrução, de resolução de problemas, de reestruturação cognitiva e prevenção de recaídas e também na motivação”, complementa Vanessa.
4. Entenda o que está acontecendo: é essencial que quem for diagnosticado com TDAH entenda o que está passando e que pode ser tratado. “Manter o foco em uma atividade é algo positivo. O problema é quando existe o hiperfoco em pessoas com TDAH, que é a tendência de concentração em atividades específicas, faz com que elas percam o controle da intensidade e do tempo empreendido em uma única tarefa. Para as crianças, esse comportamento pode causar prejuízos, como problemas no rendimento escolar e na convivência em casa. Dessa forma, perdem a noção do que acontece ao seu redor e a elas tem dificuldade de socializar, visto que o nível de atenção é totalmente voltado a uma só coisa. A criança pode permanecer o dia todo sozinha no quarto, sem se comunicar com outras pessoas”, indica.
Já para adultos, o hiperfoco pode prejudicar em outros aspectos da vida e ainda é prejudicial. “Existe déficit na produtividade no trabalho, mantendo o foco em um único projeto ou atividade, que aumentam as chances do profissional esquecer reuniões e entregas importantes, e interferem no rendimento. No convívio social, assim como na vida profissional, os adultos com TDAH e hiperfoco estão mais propensos a esquecer os compromissos sociais, seja uma festa de aniversário ou um favor para um amigo. Ou até na falta de organização, em geral, essas pessoas se desorganizam e têm dificuldade em gerenciar o tempo, acumulando tarefas”, enumera a psicóloga.
5. Tenha qualidade de vida: embora possa afetar a vida em diversos aspectos, é plenamente possível ter uma vida de qualidade com o diagnóstico do TDAH, sendo facilitado com algumas práticas simples. “Intercalar atividades que são prazerosas com obrigações é uma forma de fazer com que a criança com TDAH fique menos cansada. Adicionar técnicas de organização, ensinar a criança a não interromper as atividades, incluir momentos de descanso para lidar com a hiperatividade, estimular amizades, e fazer brincadeiras com regras e limites também podem ajudar”, comenta.
Já hábitos saudáveis, são muito úteis para qualquer um com TDAH. “Praticar exercícios, dormir e se alimentar bem, efetuar técnicas de respiração e meditação e descansar a mente após uma longa jornada de trabalho, de preferência, sem entrar em contato com estímulos agressivos, como os provenientes das rede sociais e videogames por um tempo, são uma boa opção”, finaliza Vanessa Gebrim.
Sobre Vanessa Gebrim
Vanessa Gebrim é Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Atua também como Consteladora Familiar, com abordagem sistêmica que promove o equilíbrio e melhora relações interpessoais. Tem amplo conhecimento clínico, humanista, positivista e sistêmico e trabalha para provocar mudanças profundas que contribuam para a evolução e o equilíbrio das pessoas. Mais de 20 anos de atendimento a crianças, adolescentes, adultos, casais e idosos, trata transtornos alimentares, depressão, bullying, síndrome do pânico, TOC, ansiedade, transtorno de estresse pós traumático, orientação de pais, distúrbios de aprendizagem, avaliação psicológica, conflitos familiares, luto, entre outros.